Instrumentos das Bandas: Cornet (ou cornetim)

O cornet (ou cornetim) é um instrumento de sopro de metal, parente do trompete, mas com um som mais doce e aveludado devido às suas voltas mais compactas e bocal mais profundo, sendo popular em bandas marciais, fanfarras e jazz, ideal para iniciantes por ser mais próximo da boca, evoluindo do antigo post horn e da corneta de chaves para o formato valvulado atual, com a mesma extensão do trompete, mas com timbre distinto. 

Características Principais

• Som: Mais suave, doce e menos projetado que o trompete, com timbre expressivo e brilhante.

• Formato: Tubo cilíndrico/cônico mais enrolado que o trompete, com três pistões (válvulas).

• Bocal: Geralmente mais profundo (em formato de funil), contribuindo para a sonoridade aveludada.

• Técnica: Semelhante ao trompete, usando vibração dos lábios, mas com um lead pipe menor. 

História e Uso

• Origem: Desenvolvido a partir do post horn (corneta postal) e cornetas de chaves do século XIX, substituindo-as gradualmente.

• Popularidade: Forte presença em bandas de metais, bandas de concerto e no jazz, com solistas renomados.

• Indicação: Ótimo para iniciantes, especialmente jovens trompetistas, por ser mais acessível fisicamente. 

Relação com o Trompete

• Semelhança: Possui as mesmas notas e extensão do trompete. Geralmente é afinado em Si bemol, Dó e Mi bemol

• Diferença: A principal distinção está na forma do tubo e do bocal.

Instrumentos das Bandas: Trompete

O trompete é um dos instrumentos de sopro mais antigos e reconhecíveis do mundo, pertencente à família dos metais. Seu som é produzido pela vibração dos lábios no bocal, amplificado pelo tubo metálico enrolado em espiral.

História

• Antiguidade: instrumentos semelhantes a trompetes já eram usados no Egito, Mesopotâmia e Grécia, feitos de osso, madeira ou metal, principalmente para cerimônias religiosas e funções militares (sinalização).

• Idade Média e Renascimento: usados em fanfarras, sem válvulas, emitindo apenas a série harmônica natural.

• Século XIX: invenção das válvulas (por volta de 1815) revolucionou o instrumento, permitindo tocar cromaticamente e consolidando o trompete moderno.

• Século XX em diante: tornou-se essencial em orquestras, bandas de concerto, música popular e principalmente no jazz, com nomes como Louis Armstrong, Miles Davis e Dizzy Gillespie.

Estrutura e funcionamento

• Bocal: pequeno e arredondado; onde o músico vibra os lábios para gerar o som.

• Tubo principal: longo e estreito, enrolado em forma compacta.

• Pistões (válvulas): três botões que redirecionam o ar por tubos extras, mudando a altura das notas.

• Campana: a abertura em formato de sino, por onde o som sai, projetando-o com potência e brilho.

Produção do som

• O trompetista controla a nota por meio da embocadura (tensão dos lábios) e da coluna de ar.

• Sem usar os pistões, é possível tocar apenas a série harmônica natural.

• Combinando os pistões, o instrumento atinge todas as notas cromáticas dentro de sua extensão.

Extensão e transposição

• Extensão escrita: normalmente do Fá# grave até o Dó agudo (podendo chegar a registros altíssimos em músicos experientes).

• Transposição: o trompete mais comum é o em Si♭, ou seja, quando o músico lê um Dó na partitura, soa um Si♭ real. Existem também trompetes em Dó, Ré, Mi♭ e outros, usados em repertórios específicos.

Uso musical

• Música erudita: participa da orquestra sinfônica, tocando desde passagens líricas até fanfarras heroicas.

• Bandas de concerto e fanfarras: presença central pelo timbre brilhante e projeção.

• Jazz e música popular: é um dos instrumentos mais expressivos, capaz de improvisar e criar efeitos como glissando, growl e uso de surdinas.

• Outros gêneros: aparece em rock, salsa, samba, funk, MPB e até trilhas sonoras de cinema.

Manutenção

• Requer lubrificação regular dos pistões e aplicação de graxa nas bombas de afinação.

• Limpeza interna periódica com escovas específicas.

• Boa conservação do bocal e cuidado com amassados (que prejudicam a afinação).

Curiosidades

• O trompete pode soar doce e suave ou estrondoso e imponente, dependendo da técnica.

• Tem instrumentos “parentes”, como o cornet (som mais aveludado) e o flugelhorn (mais encorpado e quente).

• É conhecido como o “rei dos metais” pelo seu destaque em diferentes estilos musicais.

Compositores Filarmônicos: Pedro Salgado

Pedro da Cruz Salgado (1890-1973) foi um renomado instrumentista, compositor e maestro brasileiro, amplamente reconhecido por sua vasta produção musical, especialmente nos gêneros dobrado e valsa. Ele é frequentemente citado como o "Rei dos Dobrados" devido à sua maestria nesse estilo, que se tornou um pilar do repertório das bandas de música no Brasil.

Vida e Trajetória Musical
Nascido em Piraí, Rio de Janeiro, em 1890, Pedro Salgado ficou órfão de pai muito cedo e se mudou com a família para Taubaté e, posteriormente, para Aparecida, no interior de São Paulo. Foi em Aparecida que ele desenvolveu seu talento musical, começando a estudar música aos 15 anos de idade. Ele tocava trombone, bombardino e outros instrumentos de sopro.

Em 1915, Salgado co-fundou a Corporação Musical de São Benedito em Aparecida. Sua dedicação à música o levou a compor mais de mil peças ao longo de sua carreira, com algumas fontes indicando até quatro mil composições, embora o número exato seja difícil de comprovar devido à sua prática de vender e divulgar músicas sem manter cópias.

Em 1944, ele se mudou para São Paulo, onde sua carreira se consolidou e suas composições ganharam espaço em rádios importantes, como a Tupi e a Bandeirantes.

Obras Notáveis e Legado

Parte original de baixo (tuba) em mi bemol do dobrado "Dois Corações", datada de 14 de janeiro de 1920.

A obra mais emblemática de Pedro Salgado é o dobrado "Dois Corações", composto em 1920. Essa peça se tornou um verdadeiro hino das bandas de música brasileiras, sendo tocada e gravada inúmeras vezes ao longo das décadas. Outras composições conhecidas incluem "Coração de Mãe" e "Estrela do Norte" (seu primeiro dobrado, escrito aos 15 anos).

Salgado era um compositor prolífico, e seu repertório, além de dobrados e valsas, incluía hinos, fantasias, marchas, tangos, baiões, maxixes, mazurcas, fox, sambas, boleros, batucadas, polcas e choros. Sua contribuição foi fundamental para o desenvolvimento e popularização da música de banda no Brasil.

Outras composições bastante executadas:

• "J. da Silva Vidal" - dobrado
• "Gloriosa Guarda Civil" - dobrado
• "Treze Listras" - dobrado
• "Maestro João Massaini" - dobrado
• "Mestre José Tereziano" - dobrado
• "Trabuco" - dobrado
• "R. Moraes Sarmento" - dobrado
• "Saudades de Monte Azul Paulista" - dobrado
• "Chora meu baixo" - maxixe
• "Ternura de um coração" - fantasia
• "Pinicando" - maxixe
• "Yara" - valsa
• "Gracia Aparecida" - valsa

Pedro Salgado faleceu em 1973, deixando um legado imenso de composições que continuam a ser interpretadas e apreciadas, especialmente no universo das bandas civis e militares do país. Sua figura é sinônimo de excelência e paixão pela música instrumental brasileira.

Fontes:

https://coretojs.blogspot.com/2009/08/pedro-da-cruz-salgado-o-maestro-das.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Salgado

https://dicionariompb.com.br/artista/pedro-salgado/

Compositores Filarmônicos: John Philip Sousa

John Philip Sousa (1854-1932) foi um renomado compositor e maestro luso-americano, amplamente conhecido como o "Rei das Marchas". Ele nasceu em Washington, D.C., filho de um pai português (com origens açorianas) e uma mãe alemã.

Desde cedo, Sousa demonstrou um talento musical excepcional, iniciando seus estudos em diversos instrumentos aos seis anos. Aos 13, com a ajuda de seu pai, que era músico militar, ele se alistou na Banda dos Fuzileiros Navais dos Estados Unidos como aprendiz, uma experiência que moldou profundamente seu estilo e paixão pela música de bandas militares.

Sousa deixou a Banda dos Fuzileiros Navais em 1875 e, nos anos seguintes, atuou como violinista e desenvolveu suas habilidades como regente. Em 1880, ele retornou aos Fuzileiros Navais, onde assumiu a direção da Banda, servindo por 12 anos e a transformando em uma orquestra de renome mundial.

Em 1892, Sousa fundou sua própria orquestra, a "Sousa Band", com a qual realizou mais de 15 mil concertos em turnês extensas, inclusive representando os Estados Unidos na Exposição Universal de Paris em 1900.

Principais Obras e Legado
Sousa é mundialmente famoso por suas marchas vibrantes e patrióticas, muitas das quais se tornaram hinos nos Estados Unidos. Suas composições mais célebres incluem:

• "The Stars and Stripes Forever" (marcha oficial dos Estados Unidos)
• "Semper Fidelis" (marcha oficial do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA)
• "The Washington Post"
• "The Thunderer"
• "El Capitán"
• "Liberty Bell"
• "The Invincible Eagle"
• "Fairest of the Fair"
• "High School Cadets"
• "The Gladiator"

Além das marchas, ele também compôs cerca de 15 operetas, diversas canções e outras obras para orquestra. Sousa também é creditado por ter idealizado o Sousafone, uma tuba especial projetada para ser mais fácil de carregar e tocar enquanto se marcha.

John Philip Sousa faleceu em 1932, deixando um legado musical duradouro que continua a ser celebrado por sua energia, melodia cativante e o espírito patriótico que infundiu em suas composições.

Fontes:

https://radios.ebc.com.br/caderno-de-musica/2024/11/homenagem-aos-170-anos-de-nascimento-de-john-philip-sousa-o-rei-das

https://pt.wikipedia.org/wiki/John_Philip_Sousa

Instrumentos das Bandas: Saxofone

O saxofone é um instrumento é um instrumento musical de sopro inventado no século XIX por Adolphe Sax, um fabricante de instrumentos belga. Apesar de ser feito de metal, pertence à família das madeiras e utiliza uma palheta simples para produzir som. É conhecido pela sua versatilidade, sendo utilizado em diversos gêneros musicais, como jazz, blues, pop e música clássica.

História:

• Adolphe Sax patenteou o saxofone em 1846, na França. 
• Ele buscava um instrumento que combinasse características do clarinete e do oboé. 
• O saxofone rapidamente se popularizou, tornando-se um instrumento essencial em bandas militares e, posteriormente, no jazz. 
• Apesar de sua origem na música clássica, o saxofone encontrou seu lugar em diversos estilos musicais. 

Características:

• É um instrumento de metal com um tubo cônico e uma boquilha semelhante à do clarinete. 
• Utiliza uma palheta simples que vibra com o sopro do músico, produzindo o som. 
• Geralmente são afinados em si bemol e mi bemol, sendo os modelos afinados em fá e dó encontrados raramente. Os modelos em si bemol e mi bemol foram desenvolvidos para banda, enquanto os modelos em fá e dó para a orquestra.
• Existem diferentes tipos de saxofones, variando em tamanho e afinação, como soprillo, sopranino, soprano, alto, tenor, barítono, baixo, contrabaixo e subcontrabaixo (tubax).
• O saxofone alto é um dos mais comuns e populares, especialmente entre iniciantes, por ser mais fácil de tocar e encontrar no mercado.

Uso:

• O saxofone é muito utilizado em bandas, orquestras, grupos de jazz e em diversos outros conjuntos musicais.
• Sua versatilidade sonora permite que ele seja empregado em diferentes estilos musicais, desde o jazz clássico até a música pop contemporânea.
• É um instrumento muito popular tanto entre músicos profissionais quanto amadores.

Tipos de Saxofone:

Na foto, da esquerda para a direita: Saxofone Sopranino em Mi bemol, Soprano em Si bemol, Alto em Mi bemol, C Melody em Dó, Tenor em Si bemol. Barítono em Mi bemol, Baixo em Si bemol e Contrabaixo em Mi bemol.

• Saxofone Sopraníssimo (conhecido por Soprillo ou Piccolo) em Si bemol (raro)

• Saxofone Sopranino em Mi bemol ou em Fá (raro)

• Saxofone Soprano em Si bemol ou Dó (raro)

• Saxofone Mezzo-Soprano em Fá (raro)

• Saxofone Alto em Mi bemol (o mais comum)

• Saxofone Tenor em Si bemol ou em Dó (C Melody)

• Saxofone Barítono em Mi bemol ou em Fá

• Saxofone Baixo em Si bemol ou em Dó (raro)

• Saxofone Contrabaixo em Mi bemol (raro)

• Saxofone Subcontrabaixo (Tubax) em Si bemol

Fontes:

https://paracambi.rj.gov.br/sites/villa-lobos/saxofone/

https://musicabrasilis.org.br/pt-br/instrumentos/saxofone/

https://www.luggi.com.br/saxofone-um-instrumento-musical-revolucionario

https://pt.wikipedia.org/wiki/Saxofone

Instrumentos das Bandas: Clarinete

O clarinete (ou clarineta) é um instrumento musical de sopro de madeira, conhecido por sua versatilidade e timbre expressivo. Ele é caracterizado por um tubo cilíndrico, uma boquilha com palheta simples e um sistema de chaves que permite ao músico controlar as notas. O clarinete possui uma ampla gama de sons, desde graves a agudos, e é utilizado em diversos gêneros musicais, como música clássica, jazz, e música popular.

Estrutura e Funcionamento:

• Madeira: Geralmente feito de ébano (pau preto), embora também existam modelos em metal.

• Boquilha e Palheta: O músico sopra na boquilha, fazendo vibrar a palheta (uma lâmina fina de madeira) que produz o som.

• Tubo Cilíndrico: O corpo do clarinete é um tubo cilíndrico com orifícios que são cobertos pelas chaves para controlar a altura do som.

• Sistema de Chaves: Um sistema de chaves permite ao músico cobrir os orifícios que não são alcançáveis com os dedos, ampliando a gama de notas disponíveis.

• Campânula: A campânula (extremidade inferior) ajuda a projetar o som.

• Barrilete: Uma peça que ajuda na afinação, permitindo ajustes na altura do som.

História:

Desenvolvido a partir do chalumeau, um instrumento com uma única palheta, no século XVIII por Johann Christoph Denner. A adição de uma chave no chalumeau permitiu ao clarinete atingir registros mais agudos, o que levou à sua invenção.

O clarinete passou por diversas modificações ao longo dos séculos, com diferentes sistemas de chaves e tamanhos sendo desenvolvidos. 

Características:

• Timbre: Conhecido por sua sonoridade versátil, com timbres graves aveludados e agudos brilhantes. 

• Gama: Possui uma ampla extensão de notas, o que o torna adequado para diversos estilos musicais. 

• Versatilidade: Usado em orquestras, bandas, música de câmara, jazz, música popular, e outros gêneros. 

Tipos de Clarinete:

Na foto, da esquerda para a direita: Clarinete (Requinta) em Lá bemol, Clarinete (Requinta) em Mi bemol, Clarinete em Si bemol, Clarinete Basset em Lá, Clarinete Alto em Mi bemol, Clarinete Baixo em Si bemol.

• Clarinete Sopranino (conhecido por Requinta, ou Clarinete Piccolo) em Lá bemol

• Clarinete Sopranino (conhecido por Requinta, ou Clarinete Piccolo) em Mi bemol

• Clarinete Soprano (o mais comum) em Lá, Si bemol ou Dó

• Clarinete Basset em Lá

• Clarinete Alto em Mi bemol

• Cor de basset (conhecido como Corno di Basseto) em Fá

• Clarinete Baixo (conhecido como Clarone) em Si bemol

• Clarinete Contra Alto em Mi bemol

• Clarinete Contrabaixo em Si bemol

• Clarinete Octo-Contrabaixo em Si bemol

Fontes: 

https://www.salaomusical.com/pt/blog-instrumentos-musicais/257_a-historia-do-clarinete.html

https://www.britannica.com/summary/clarinet

https://www.youtube.com/watch?v=Qq8Cj61rd-Y

Instrumentos das Bandas: Oboé

O oboé é um instrumento musical de sopro, pertencente à família das madeiras, caracterizado por sua palheta dupla. Originário da França, no século XVII, o oboé possui um timbre doce, rico em harmônicos e ligeiramente nasalado. É conhecido por sua importância na orquestra como instrumento de referência para afinação, especialmente das cordas. 

Características:

• Palheta dupla: O oboé utiliza uma palheta dupla, formada por duas finas lâminas de cana, que vibram em contato com o ar soprado pelo músico.
• Formato: Seu corpo é cônico, com diâmetro menor na parte superior e maior na campana, e geralmente feito de madeira (ébano ou jacarandá), embora materiais modernos como plástico e compósitos também sejam utilizados. 
• Sistema de chaves: O oboé possui um sistema de chaves que, ao serem pressionadas, alteram o fluxo de ar e a afinação das notas.
• Técnica: A execução do oboé exige uma técnica de respiração exigente, com sopro constante e pressão, devido ao espaço reduzido entre as palhetas
• Timbre: O som do oboé é conhecido por sua qualidade doce, expressiva e com um timbre característico, um pouco nasalado e rico em harmônicos. 

Função na Orquestra:

• Referência de afinação: O oboé frequentemente serve como ponto de
  referência para a afinação dos demais instrumentos da orquestra, especialmente
  os de cordas, que podem desafinar com facilidade.
• Versatilidade: Apesar de ter uma extensão de notas menor que outros instrumentos de sopro, o oboé possui grande variedade de dinâmica e expressão musical. 

Breve História:

• O oboé evoluiu a partir da charamela, um instrumento medieval.
• No século XVIII, o oboé barroco tinha 8 orifícios e duas chaves. 
• A grafia moderna do nome "oboé" surgiu no século XVIII.
• O oboé desempenhou um papel importante em diversos períodos musicais, incluindo o barroco e o clássico.

Fontes:

https://www.salaomusical.com/pt/blog-instrumentos-musicais/195_o-que-e-um-oboe.html

https://seer.unirio.br/simpom/article/download/5866/5302/28913

https://filarmonica.art.br/educacional/sem-misterio/oboes/